sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Café Salgado


Apresento abaixo um texto que li em inglês, achei bonito e resolvi traduzir pra publicar aqui.

O café salgado

Ele a conheceu numa festa.
Ela era tão fora de série, havia tantos rapazes cortejando-a...
Enquanto ele era tão normal que ninguém prestou atenção nele.
Ao final da festa ele a convidou para tomar um café.
Ela foi surpreendida e aceitou por educação.

Eles foram numa boa cafeteria.
Ele estava tão nervoso que mal conseguia falar.
Ela estava desconfortável, pensando: por favor, me leve pra casa...
Repentinamente ele pediu à garçonete:
- Podes por favor me trazer um pouco de sal? Eu gostaria de colocar em meu café.

Todos olharam pra ele, diante de tão estranho pedido.
Ele ficou vermelho, mas mesmo assim pôs o sal no café e bebeu.
Ela perguntou, curiosa:
- Porque você tem esse costume?
Ele respondeu:
- Quando eu era criança morava perto do mar. Adorava brincar no mar, sentir o sabor do mar.
- É como o sabor do café salgado. Agora toda vez que eu tomo café salgado, eu sempre me lembro de minha infância, de minha cidade natal. Sinto muitas saudades de minha cidade natal e de meus pais, que ainda vivem lá.
Enquanto dizia isso seus olhos se encheram de lágrimas.
Ela ficou profundamente tocada.

Ela pensou: Este é um sentimento verdadeiro, do fundo do coração. Um homem que consegue falar de suas saudades de casa. Deve ser um homem caseiro, que adora sua casa, cuida e tem responsabilidade quanto a sua casa.

Então ela começou a falar.
Falou sobre sua cidade natal distante, sobre sua infância, sua família.
Foi uma gostosa conversa para ambos e também um belo começo da história deles.

Eles continuaram a se encontrar.
Ela percebeu que ele era um homem que atendia a todas as suas expectativas...
Ele tinha tolerância, era generoso, gentil, carinhoso e cuidadoso.
Ele era tão bem apessoado e ela quase o havia perdido sem o conhecer!!
Bendita xícara de café salgado!!
Daí pra frente a história continuou como toda bela história de amor.
A princesa casou-se com o príncipe e eles viveram felizes para sempre.

E, toda vez que ela fazia café para ele, ela colocava um pouco de sal no café, porque ela sabia que ele gostava assim.

Depois de 40 anos, ele faleceu.
Ele deixou para ela uma carta que dizia:
- Minha amada, por favor me perdoe. Perdoe minha mentira de toda uma vida.
- Esta foi a única mentira que eu disse a você. Sobre o café salgado.
- Lembra-se de nosso primeiro encontro? Eu estava tão nervoso naquele dia...
- Na verdade eu queria um pouco mais de açúcar, mas acabei falando sal.
- Foi difícil mudar o pedido e decidi seguir adiante... nunca pensei que isso poderia ter sido o início de nossa comunicação.

- Tentei lhe dizer a verdade muitas vezes, mas fiquei com muito medo.
- Isso porque eu havia lhe prometido não mentir a você por nenhuma razão.
- Agora estou morrendo, e não temo mais nada, então resolvi lhe contar a verdade.
- Eu não gosto de café salgado. Tem um gosto estranho e ruim...

- Mas tomei café salgado por toda a nossa vida juntos!
- Desde que te conheci, nunca me arrependi de nada que fiz por você!
- Se eu puder viver uma segunda vez, ainda vou querer te conhecer e estar junto de ti por toda a minha vida, mesmo que eu tenha que beber café salgado novamente!

As lágrimas dela molharam toda a carta...

Um dia, alguém lhe perguntou:
- Qual o sabor do café salgado?
Ela respondeu:
- É doce...

* Amar não é esquecer e sim perdoar
* Amar não é meramente ver mas compreender
* Amar não é apenas ouvir mas sim escutar
* Amar não é desistir mas sim perseverar

O amor começa com um sorriso, cresce com um beijo e terminha com uma lágrima.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Amar




Façamos um experimento.

Escolha uma fonte de água. Pode ser uma torneira, piscina, rio... o que você preferir.

Junte suas mãos em concha e as encha de água.

Preste atanção na água contida em suas mãos.

Ela simboliza o Amor.
É assim que eu vejo.
Enquanto você mantiver suas mãos cuidadosa e carinhosamente abertas e permitir que ele permaneça nelas, ele sempre estará ali.
Entretanto se você tentar fechar as mãos ao seu redor e tentar controlá-lo, ele vai escorrer pela primeira fresta que encontrar.
Este é o grande erro da maioria das pessoas quando conhecem o Amor...
elas tentam controlá-lo, fazem exigências, criam expectativas...
e justamente como a água escorrendo entre os dedos, o Amor as abandona.

Porque o Amor é feito pra ser livre, não é possível mudar sua natureza.
Amor se dá por livre e expontânea vontade.
Se você ama alguém, dê-lhe liberdade.

* Doe-se sem criar expectativas.
* Aconselhe, mas não ordene.
* Peça, mas não exija.

Pode parecer simples, mas é uma lição que pode tomar uma vida inteira de prática para se aprender de fato.
Este é o segredo do verdadeiro amor.
Para verdadeiramente exercê-lo você deve sinceramente abrir mão das expectativas em relação àqueles que ama e dedicar-lhes cuidado incondicional.

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos que te tiraram o fôlego...

A vida é bela, viva a vida!

Se você ama algo, deixe-o livre.
Se retornar a você (sem você ter que pedir ou implorar), seu amor será seu para sempre.
De outro modo, esse amor se acabou ou nunca foi seu de fato.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mulher, Sua Origem e Seu Fim


Existem várias lendas sobre a origem da Mulher. Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher.

E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.

Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é "melhor" em aramaico.

Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.

Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.

No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.

E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.

Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.

Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.

É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!

Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?

Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.

Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.

Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar.

Têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.

Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos.

Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.

Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.

E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas. Meu Deus, algumas até sardas no nariz. Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso! E as armas químicas - perfumes, loções, cremes.

São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?

Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem.

E depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese está certa.

(Luiz Fernando Veríssimo)