quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eu Te Amo... não diz tudo!




Você sabe que é amado(a) porque lhe disseram isso?

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,

Que zela pela sua felicidade,
Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,

Que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas,
E que dá uma sacudida em você quando for preciso.

Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,

É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
Sem inventar um personagem para a relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

Arnaldo Jabor

Crônica do Amor




Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática:

"eu linda + você inteligente = dois apaixonados"

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Encontro ou reencontro?



O primeiro contato deles foi inesperado para ela,
e intensamente aguardado por ele...
não obstante, o encontro foi resultado de um engano;
ele fora enganado durante algum tempo...

Alguém se passara por ela,
usando seus dados, fotos e até modos...
inventou toda uma vida paralela,
para satisfazer fantasias e desejos.

Mas ele não tem do que se queixar...
podemos dizer que foi um engano feliz!
O fato é que há algum tempo ele procurava por ela,
e quem procura sempre acha.

Resgatando os dados que colhera,
ele conseguiu enfim localizá-la.
Encontrou um antigo blog e deixou recado...
algum tempo depois ela o encontrou.

Ela ficou curiosa...
como ele podia saber tanto sobre ela?
Quem era ele?
Que situação confusa... para os dois

Descobriram então a raiz do engano,
a máscara caiu... o farsa foi desfeita.
Ao final, o farsante foi perdoado de parte a parte,
e ele nunca o viu face a face...

Desde então eles se falam regularmente,
e já tem seu encontro marcado.
Não, ainda não se olharam, nem se tocaram...
mas em breve seus olhos se cruzarão, finalmente!

Já se passaram 6 meses e muita coisa mudou...
caminhos foram retraçados, escolhas foram feitas...
Ele quisera estar mais presente,
algumas vezes quis gritar, sentiu-se impotente...

Se ele tivesse podido ir ao enconto dela antes...
mas então se lembra que não pode escolher por ela,
e resolve fazer o que depende apenas dele,
dar a ela todo o apoio que puder oferecer.

O que ela não sabe, mas ainda vai descobrir,
é que ele estará sempre lá, para o que ela precisar.
Mesmo que precise atravessar oceanos e continentes,
ele se fará presente ou atuará, e ela saberá.

As vezes ele pensa que ela não se importa muito...
ele a procura, se preocupa e ela parece evaporar...
Quem sabe, se ele deixasse de se importar um pouco,
ela o procurasse ou lhe desse mais valor.

Talvez ela precise de um pouco de ausência.
Terá ele se feito presente demais, mesmo à distância?
É estranha a natureza humana...
sempre valorizamos mais o que está fora de nosso alcance.

Então ele se lembra de tudo que ela vem passando,
e isso atenua sua tristeza, mas não diminui suas saudades dela...
ele resolve dar-lhe o tempo que ela precisar,
e liberar também seu espaço mental, para dar a ela mais liberdade.

Mas ele não deixará de importar-se, de preocupar-se, de querê-la bem...
parece-me uma impossibilidade... se o conheço um pouco.
Ele se lembra que Amar é reconjugar as próprias sinapses e sentimentos,
e doar-se incondicionalmente, sem cobranças, de livre e espontânea vontade...

Agora o encontro está marcado e ocorrerá em breve.
Ele mesmo não sabe muito bem o resultado desse encontro...
mas nutre as melhores esperanças de conquistar-lhe o afeto,
o carinho e, acima de tudo, sua amizade.

Ele não descarta outras possibilidades...
mas é o tipo de coisa que só se verifica ao vivo...
olhos nos olhos, pele a pele... beijo a beijo...
a química, as afinidades e o tempo apontarão os rumos...

Independente do que venha a ocorrer,
ela já o conquistou, já tem sua amizade e bem querer.
Ele pode se retirar, e o fará se ela assim lhe pedir,
e retornará, se chamado, e sua presença fará sentir.

Não considere tudo isso uma forma de submissão,
e sim respeito profundo pela vontade de quem se ama.
Nem sempre é fácil... normalmente não é não.
As vezes dói bastante... mas no conjunto, vale a pena.

Mas a história não termina aqui...
suponho que ainda há muito mais por vir... espero... =)
Já devem ter percebido que "ele" sou eu,
e "ela", bem... ela sabe quem é... e é isso que importa!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Relacionamentos...



Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:

'Ah,terminei o namoro...'
'Nossa,quanto tempo?'
'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'

É não deu...'

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.

Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo... nós não temos.

Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...
se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.

Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta..
Nada de drama.

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.

Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.

E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?
(Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Café Salgado


Apresento abaixo um texto que li em inglês, achei bonito e resolvi traduzir pra publicar aqui.

O café salgado

Ele a conheceu numa festa.
Ela era tão fora de série, havia tantos rapazes cortejando-a...
Enquanto ele era tão normal que ninguém prestou atenção nele.
Ao final da festa ele a convidou para tomar um café.
Ela foi surpreendida e aceitou por educação.

Eles foram numa boa cafeteria.
Ele estava tão nervoso que mal conseguia falar.
Ela estava desconfortável, pensando: por favor, me leve pra casa...
Repentinamente ele pediu à garçonete:
- Podes por favor me trazer um pouco de sal? Eu gostaria de colocar em meu café.

Todos olharam pra ele, diante de tão estranho pedido.
Ele ficou vermelho, mas mesmo assim pôs o sal no café e bebeu.
Ela perguntou, curiosa:
- Porque você tem esse costume?
Ele respondeu:
- Quando eu era criança morava perto do mar. Adorava brincar no mar, sentir o sabor do mar.
- É como o sabor do café salgado. Agora toda vez que eu tomo café salgado, eu sempre me lembro de minha infância, de minha cidade natal. Sinto muitas saudades de minha cidade natal e de meus pais, que ainda vivem lá.
Enquanto dizia isso seus olhos se encheram de lágrimas.
Ela ficou profundamente tocada.

Ela pensou: Este é um sentimento verdadeiro, do fundo do coração. Um homem que consegue falar de suas saudades de casa. Deve ser um homem caseiro, que adora sua casa, cuida e tem responsabilidade quanto a sua casa.

Então ela começou a falar.
Falou sobre sua cidade natal distante, sobre sua infância, sua família.
Foi uma gostosa conversa para ambos e também um belo começo da história deles.

Eles continuaram a se encontrar.
Ela percebeu que ele era um homem que atendia a todas as suas expectativas...
Ele tinha tolerância, era generoso, gentil, carinhoso e cuidadoso.
Ele era tão bem apessoado e ela quase o havia perdido sem o conhecer!!
Bendita xícara de café salgado!!
Daí pra frente a história continuou como toda bela história de amor.
A princesa casou-se com o príncipe e eles viveram felizes para sempre.

E, toda vez que ela fazia café para ele, ela colocava um pouco de sal no café, porque ela sabia que ele gostava assim.

Depois de 40 anos, ele faleceu.
Ele deixou para ela uma carta que dizia:
- Minha amada, por favor me perdoe. Perdoe minha mentira de toda uma vida.
- Esta foi a única mentira que eu disse a você. Sobre o café salgado.
- Lembra-se de nosso primeiro encontro? Eu estava tão nervoso naquele dia...
- Na verdade eu queria um pouco mais de açúcar, mas acabei falando sal.
- Foi difícil mudar o pedido e decidi seguir adiante... nunca pensei que isso poderia ter sido o início de nossa comunicação.

- Tentei lhe dizer a verdade muitas vezes, mas fiquei com muito medo.
- Isso porque eu havia lhe prometido não mentir a você por nenhuma razão.
- Agora estou morrendo, e não temo mais nada, então resolvi lhe contar a verdade.
- Eu não gosto de café salgado. Tem um gosto estranho e ruim...

- Mas tomei café salgado por toda a nossa vida juntos!
- Desde que te conheci, nunca me arrependi de nada que fiz por você!
- Se eu puder viver uma segunda vez, ainda vou querer te conhecer e estar junto de ti por toda a minha vida, mesmo que eu tenha que beber café salgado novamente!

As lágrimas dela molharam toda a carta...

Um dia, alguém lhe perguntou:
- Qual o sabor do café salgado?
Ela respondeu:
- É doce...

* Amar não é esquecer e sim perdoar
* Amar não é meramente ver mas compreender
* Amar não é apenas ouvir mas sim escutar
* Amar não é desistir mas sim perseverar

O amor começa com um sorriso, cresce com um beijo e terminha com uma lágrima.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Amar




Façamos um experimento.

Escolha uma fonte de água. Pode ser uma torneira, piscina, rio... o que você preferir.

Junte suas mãos em concha e as encha de água.

Preste atanção na água contida em suas mãos.

Ela simboliza o Amor.
É assim que eu vejo.
Enquanto você mantiver suas mãos cuidadosa e carinhosamente abertas e permitir que ele permaneça nelas, ele sempre estará ali.
Entretanto se você tentar fechar as mãos ao seu redor e tentar controlá-lo, ele vai escorrer pela primeira fresta que encontrar.
Este é o grande erro da maioria das pessoas quando conhecem o Amor...
elas tentam controlá-lo, fazem exigências, criam expectativas...
e justamente como a água escorrendo entre os dedos, o Amor as abandona.

Porque o Amor é feito pra ser livre, não é possível mudar sua natureza.
Amor se dá por livre e expontânea vontade.
Se você ama alguém, dê-lhe liberdade.

* Doe-se sem criar expectativas.
* Aconselhe, mas não ordene.
* Peça, mas não exija.

Pode parecer simples, mas é uma lição que pode tomar uma vida inteira de prática para se aprender de fato.
Este é o segredo do verdadeiro amor.
Para verdadeiramente exercê-lo você deve sinceramente abrir mão das expectativas em relação àqueles que ama e dedicar-lhes cuidado incondicional.

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos que te tiraram o fôlego...

A vida é bela, viva a vida!

Se você ama algo, deixe-o livre.
Se retornar a você (sem você ter que pedir ou implorar), seu amor será seu para sempre.
De outro modo, esse amor se acabou ou nunca foi seu de fato.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mulher, Sua Origem e Seu Fim


Existem várias lendas sobre a origem da Mulher. Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher.

E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.

Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é "melhor" em aramaico.

Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.

Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.

No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.

E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.

Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.

Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.

É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!

Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?

Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.

Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.

Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar.

Têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.

Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos.

Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.

Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.

E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas. Meu Deus, algumas até sardas no nariz. Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso! E as armas químicas - perfumes, loções, cremes.

São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?

Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem.

E depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese está certa.

(Luiz Fernando Veríssimo)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Faça o que Quiser...


...

— O senhor só poderá descobrir os caminhos de Fantasia, disse Graograman, através dos seus desejos. E só poderá fazê-lo indo de um desejo para outro. Aquilo que o senhor não deseja, não conseguirá atingir. É esse o significado das palavras "perto" e "longe" neste lugar. E também não basta querer ir embora de um lugar. E preciso que se queira ir para outro. Deixe que os seus desejos o conduzam.

— Mas eu não desejo ir embora, respondeu Bastian.

— Terá de encontrar seu próximo desejo, replicou Graograman quase com severidade.

— E quando o encontrar, como poderei ir embora daqui?, perguntou Bastian.

— Escute, senhor, disse Graograman de mansinho. Há em Fantasia um lugar que leva a toda parte e a que se pode chegar de toda parte. Esse lugar é o Templo das Mil Portas. Ninguém nunca o viu pelo lado de fora, porque não tem lado de fora. O seu interior consiste, porém, em um labirinto de portas. Quem quiser conhecê-lo tem de se aventurar a entrar.

— Mas como, se não podemos nos aproximar desse templo pelo lado de fora?

— Todas as portas, continuou o leão, todas as portas de toda a Fantasia, mesmo uma simples porta de estábulo ou de cozinha, sim, até a porta de um armário, podem ser, em dado momento, a porta de entrada para o Templo das Mil Portas. Se esse momento passa, a porta volta a ser o que era. Por isso mesmo, nunca se pode entrar uma segunda vez pela mesma porta. E nenhuma das mil portas conduz novamente ao lugar de onde se veio. Não há regresso.

— E depois que se está lá dentro, perguntou Bastian, não se pode tornar a sair para um outro lado qualquer?

— Sim, respondeu o leão. Mas não é tão fácil como nas casas comuns. Pois só um verdadeiro desejo pode guiar aquele que estiver no labirinto das mil portas. Quem não o tiver, tem de vaguear a esmo até saber o que deseja. E isso, por vezes, demora muito tempo.

— E como se pode encontrar a porta de entrada?

— É preciso desejá-lo.

Bastian refletiu durante muito tempo, e depois disse:

— É estranho que não possamos desejar aquilo que queremos. De onde virão os desejos? E o que será realmente um desejo?

Graograman olhou o rapaz com ar sério, mas não respondeu. Alguns dias mais tarde, tiveram outra conversa muito importante.

Bastian mostrara ao leão a inscrição no reverso da "Jóia".

— O que significa isto? Faça o que quiser. Deve querer dizer que posso fazer tudo o que me apetecer, você não acha?, perguntou ele.

O rosto de Graograman pôs-se de repente muito sério e seus olhos começaram a faiscar.

— Não, disse ele com sua voz profunda e retumbante. Isso quer dizer que deve fazer sua Verdadeira Vontade. E nada é mais difícil do que isso.

— Minha Verdadeira Vontade?, repetiu Bastian impressionado. E o que significa isso?

— É o seu segredo mais profundo, que o senhor não conhece.

— Então como poderei descobri-lo?

— Seguindo o caminho dos desejos, passando de um para outro até o último. Assim será conduzido até sua Verdadeira Vontade.

— Não me parece muito difícil, opinou Bastian.

— É o mais perigoso de todos os caminhos, disse o leão.

— Por quê?, perguntou Bastian. Eu não tenho medo.

— Não se trata disso, ribombou a voz de Graograman. Esse caminho exige a maior autenticidade e atenção, porque em nenhum outro é tão fácil perder-se para sempre.

— Quer dizer que os desejos que temos nem sempre são bons?, perguntou Bastian.

O leão bateu com a cauda na areia. Levantou as orelhas, franziu o focinho, e os seus olhos cuspiam fogo. Bastian encolheu-se involuntariamente quando Graograman disse, numa voz que fez vibrar o chão:

— E o que o senhor sabe sobre os desejos? O que sabe sobre o que é bom ou não é?

Nos dias que se seguiram a esta conversa, Bastian pensou muito em tudo o que a Morte Multicor lhe dissera. Mas há muitas coisas que não se aprendem só pensando, é preciso vivê-las.

E foi assim que só muito mais tarde, depois de ter tido a experiência vivida dessas coisas, Bastian recordou-se das palavras de Graograman e começou a compreendê-las.

...

Diálogo entre Bastian e Graograman.

Excerto do livro: "A História Sem Fim" de Michael Ende.

sábado, 26 de julho de 2008

Princípios para uma vida melhor



Não faça aos outros o que não quer que façam com você.

Em todas as coisas, faça de tudo para não provocar o mal.

Trate os outros seres humanos, as outras criaturas e o mundo em geral com amor, honestidade, fidelidade e respeito.

Não ignore o mal e nem evite administrar a justiça, mas sempre esteja disposto a perdoar erros que tenham sido reconhecidos por livre e espontânea vontade e lamentados com honestidade.

Viva a vida com um sentimento de alegria e deslumbramento.

Sempre tente aprender algo de novo.

Ponha todas as coisas à prova; sempre compare suas idéias com os fatos, e esteja disposto a descartar mesmo a crença mais cara se ela não se adequar a eles.

Jamais se autocensure ou fuja da dissidência; sempre respeite o direito dos outros de duvidar de você.

Crie opiniões independentes com base no seu próprio raciocínio e em sua experiência; não se permita ser dirigido pelos outros.

Questione tudo.

Aproveite a sua própria vida sexual (desde que ela não prejudique outras pessoas) e deixe que os outros aproveitem a deles em particular, sejam quais forem as inclinações deles, que não lhe interessam.

Não discrimine nem oprima com base no sexo, na raça ou (sempre que possível) na espécie.

Não doutrine ninguém (nem mesmo seus filhos). Ensine-os a pensar por si mesmos, a avaliar as provas e a discordar de você.

Leve em consideração um futuro numa escala de tempo maior que a sua.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

As Três Peneiras


Um rapaz procurou Sócrates, o sábio, e lhe disse que precisava contar algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras?

- Sim. A primeira peneira é a Verdade. O que você quer me contar é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer por aí mesmo.

Sócrates seguiu:

- Suponhamos , então, que seja verdade. Deve passar agora pela segunda peneira: a Bondade. O que você vai me contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a reputação do próximo

Sócrates continuou:

- Se o que você vai contar é verdade, e coisa boa, deve passar ainda pela terceira peneira: a Necessidade. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

E arremata Sócrates:

- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos a envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tempo Verbal ou Tempo Mental? (parte1)



Passado, Presente, Futuro...
Indicativo, Subjuntivo, Imperativo, Gerúndio...
Você sabe quantos tempos e modos verbais há na língua portuguesa?
Você utiliza toda essa riqueza a seu favor ou contra você?

Qual a razão destas perguntas?
Façamos um comparativo:
Se não me falha a memória, temos na língua portuguesa uns 15 tempos verbais distintos.
Na língua inglesa, temos 11 tempos verbais.
Na língua japonesa, temos apenas 2 tempos verbais: presente e passado
Na língua chinesa oficial, tempos apenas o tempo presente...

Já reparou em como a forma de pensar pode moldar totalmente a vida de uma pessoa, dando inclusive o tom dos resultados que ela obtém?
Quer ver alguns exemplos?

Garanto que conheces alguém que vive preso ao passado.
Aquela pessoa que só pensa no passado, valoriza o antigo, as conquistas, as derrotas.
Só quer saber de eventos anteriores e normalmente é neófoba.

Há outros que só vivem para o futuro, pensando no futuro, postergando tudo para o futuro.
Já ouviste falar da técnica da empurrobarrigologia? =)

Mas há casos piores...
Tem gente que vive no futuro do pretérito!
Veja se reconhece o discurso... tem sempre: eu gostaria... eu iria... eu faria...

O grande problema dessas pessoas é que não estão nem lá nem cá.
Simplesmente não se decidem, não atuam.
Ficam somente no desejo de fazer alguma coisa, mas não demonstram pragmatismo ou proatividade para concretizar seu desejo.


Para os três casos supracitados faço um convite:
Vivamos o Presente!


Logicamente somos hoje o resultado de todas as nossas experiências pretéritas.
Se de fato aprendemos nossas lições ao longo da caminhada, podemos afirmar que hoje somos a melhor versão de nós mesmos! =)

Aproveitemos o aqui e agora para construir passo a passo um futuro melhor!
Mantenhamos sempre em vista que a hora de agir é agora... e vamos em frente!

Continua...
O assunto não acabou. Aguardem novos posts a respeito.
Abração.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Saudações Terráqueos


Bem vindos ao meu pequeno pedaço do ciberespaço!

Aqui vamos tratar deste espaço virtual e dos espaços reais, físicos e extrafísicos.
As idéias que divulgarei nestas postagens são resultados de minhas pesquisas e experiências pessoais.

Vale sempre lembrarmos o princípio da descrença:

"Não acredite em nada,
nem mesmo nas informações divulgadas neste blog.
O mais inteligente é avaliar tudo com criticidade
e empreender as pesquisas e experimentos pessoais
sobre os temas expostos."

Erra menos quem utiliza a refutaciologia, debatendo as neoidéias, evitando apriorismos e mantendo o abertismo mental.

Agradeço antecipadamente os comentários, heterocríticas e contribuições.